No último sábado (11/04), após reunião, o Comitê Gestor do Plano de Prevenção e Contingenciamento em Saúde Pública causada pelo Agente Coronavírus em São Gotardo proibiu novamente o funcionamento de academias, salões de beleza, barbearia, personal trailer, estúdios, fisioterapia, estética e manicure em São Gotardo.

A proibição desagradou proprietários dos estabelecimentos e cidadãos que se manifestaram nas redes sociais. Um cabeleireiro gravou um vídeo questionando a decisão. Segundo ele, a deliberação acaba excluindo apenas algumas classes do retorno as atividades, prejudicando os profissionais que tiveram gastos com materiais para funcionar nesta segunda (13/04), conforme a deliberação anterior autorizava.

Ele questionou se a administração municipal irá custear os gastos destes profissionais, já que apenas algumas áreas seguem proibidas de exercer suas atividades e outros ramos seguem funcionando.

Após a postagem, diversas pessoas fizeram comentários em apoio à opinião dele. Surgiram comentários como " Injustiça, só nós que não podemos trabalhar, será que o vírus circula apenas em barbearias ? ", "A lei deve prevalecer para todos, vocês tem responsabilidade para trabalhar de acordo com as orientações. E o principal, a fiscalização não olha as aglomerações nas praças" , " A fiscalização é muito ruim, tem vários estabelecimentos funcionando de qualquer maneira, e apenas os profissionais de algumas áreas não podem trabalhar tomando os devidos cuidados ? Quem vai pagar a conta ? ".

Em uma pesquisa que obteve grandiosa participação, realizada no Facebook do locutor Roncalli Marcos, da Rádio Alvorada FM, a maioria dos internautas se manifestaram favoráveis à reabertura  de salões e academias, desde que com os devidos cuidados de higiene.

Prejuízo: 

Além de não saber como vão pagar as despesas, os proprietários reclamaram que gastaram o que não tinham, para se adequarem as regras da deliberação anterior que permitia o funcionamento. " Gastei o que eu não tinha, comprando um termômetro caro e comprando mais materiais para higienização", disse o dono de um salão de beleza.  

Incoerência:

Profissionais de salões de Guarda dos Ferreiros no parte pertencente à São Gotardo reclamam da proibição, já que no lado pertencente à Rio Paranaíba os salões de beleza seguem funcionando desde o dia (31/03). No decreto da Prefeitura Municipal de Rio Paranaíba os estabelecimentos estão autorizados a funcionar obedecendo as regras de higiene recomendadas pelas autoridades de saúde. No distrito apenas a avenida principal divide os municípios, portanto os proprietários de salões no lado de São Gotardo  que estão sendo prejudicados questionam a eficiência da proibição já que a distância que separa alguns salões são poucos metros. 

Explicação da Secretaria de Saúde de São Gotardo

Entramos em contato com a Secretária de Saúde de São Gotardo, Leandra de Fátima da Silva Costa que explicou: " De acordo com a OMS as recomendações para reduzir a exposição e a transmissão de uma série de doenças incluem a manutenção básica de higiene das mãos e respiratórias, práticas alimentares seguras e evitar contato ao próximo, quando possível, com qualquer pessoa que mostra sintomas como tosse e espirros. Sendo a COVID-19 uma enfermidade que pode ser passada de pessoa para pessoa, geralmente após contato próximo, sendo que algumas pessoas podem não apresentar sintomas, recomenda-se a inatividade de trabalho/atividades onde haja este contato próximo". 

A situação atual segue gerando um conflito entre os proprietários dos estabelecimentos proibidos de funcionar e as medidas tomadas até o momento pela administração municipal. Como temos acompanhado, diversos locais seguem funcionando sem os devidos cuidados, filas de bancos gigantes, aglomerações em diversos pontos, tudo isso em São Gotardo segue de forma evidente. As restrições impostas são questionáveis, já que as medidas tem validade para alguns grupos e para outros não. As atividades econômicas devem funcionar em sua totalidade, com as medidas de higiene necessárias, e fiscalização por parte da administração. É inaceitável que um grupo seja prejudicado, enquanto outro consiga obter as flexibilizações pretendidas.    Seguiremos acompanhando as decisões e aguardando um maior diálogo da gestão municipal com os profissionais que seguem sem trabalhar.

Reportagem: Jornalista Aécio Gonçalves